domingo, 30 de setembro de 2007

Energia para um país continental

Audiência Pública na Comissão de Meio Ambiente discute os Investimentos na produção de energia de fontes renováveis

* Foram utilizadas informações da Agência Câmara
**Foram utilizadas declarações feitas durante a Audiência Pública da CMADS de 25/9/2007

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Governo insiste em grandes hidroelétricas

Para o assessor especial do Departamento de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Gilberto Hollauer, “a hidroeletricidade tem lugar de honra”. Pois, segundo ele, somente explorando o potencial hidroelétrico ainda ocioso o Brasil teria condições de suprir a demanda energética. De acordo com Hollaeur, o ministério trabalha com um previsão de crescimento econômico médio de 4,1%, que geraria uma necessidade de 3 mil megawatts/ano nesse período.
Porém, o professor da área de engenharia florestal da Universidade de Brasília(UnB), Ailton Vale, possui uma visão diferente do assunto. Para Ailton o Brasil, como país continental, deveria apostar na diversificação energética. Segundo o professor, “A era das grandes hidroelétricas praticamente acabou”. E o Brasil a curto e médio prazo deveria incluir a biomassa como alternativa energética. “A biomassa pode ser produzida no Brasil de forma sustentável e tecnologia para isso nós temos”, afirmou o professor.
Também contra a visão do Ministério de Minas e Energia está o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil, Sérgio Leitão. “Esse modelo do setor elétrico brasileiro vai morrer, vai ruir, porque não consegue falar a verdade econômica e tampouco a verdade ecológica”, declarou, criticando a política energética adotada no país

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Produção energética esbarra na política

Para o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace , Sérgio Leitão, as questões de produção de energia no Brasil estariam ligados a interesses de grandes empreiteiras. “Uma obra que se diz que é vital para suprimento de energia no país está paralisada porque existe um briga entre as duas maiores empreiteiras do país”, afirmou, referindo-se a hidroelétrica do Rio Madeira.
O projeto da hidroelétrica foi defendido pelo representante do Ministério de Minas e Energia Gilberto Hollauer. Segundo Hollauer, caso as grandes hidroelétricas fossem barradas por problemas de licenciamento ambiental a demanda energética teria que ser suprida por termoelétricas. E, de acordo com Hollauer, o impacto ambiental seria maior.
Porém, para Sérgio Leitão o BNDES necessita investir mais em energias renováveis. Para ele, “Energia renováveis tem futuro e tem presente, não são um bebe”. A metáfora de que as fontes de energia alternativas ainda seriam um bebe e necessitariam muito para se desenvolver foi usada por Gilberto Hollauer.
O professor da UnB, Ailton Vale, também acredita que o Brasil poderia resolver melhor as questões de energia se livrando dos entraves políticos. “Falta empenho para perceber que o Brasil é um país tropical e como tal pode resolver seus problemas de energia sem necessitar, por exemplo, de energia nuclear”, afirmou Ailton.

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O BNDES e os investimentos em energia

No último dia 25 de Setembro, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados (CMADS) realizou audiência pública com o tema: “Investimentos na produção de energia de fontes renováveis”, a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no setor e a política industrial relacionada à produção de equipamentos para produzir energia renovável.
Participaram da reunião empresas de geração de energia Eólica, de Biomassa e Hidroelétrica. Além de representantes do BNDES, do Ministério de Minas e Energia, da Confederação Nacional da Indústria e do Greenpeace.
Durante a reunião a chefe da Área de Infra-Estrutura BNDES, Lúcia Maria Coelho Weaver declarou que, até Julho desse ano, o banco já investiu R$ 31 bilhões na área de energia renovável, em 2007, e a previsão é de mais de R$ 60 bilhões em investimento até o fim do ano. Segundo Lúcia Weaver, o banco também financia seis parques eólicos, 62 projetos de produção de etanol, dez projetos de produção de biodiesel e 25 projetos de produção de biomassa.
A audiência foi requisitada pelo Deputado Paulo Teixeira(PT-SP) para subsidiar as discussões sobre o Projeto de Lei 1.563/07, de sua autoria. Projeto que pretende aumentar a participação das fontes alternativas de energia (eólica, pequenas centrais hidrelétricas e Biomassa) na matriz energética nacional, com o objetivo de promover a racionalização energética.

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