O deputado Sarney Filho (PV-MA) defendeu uma moratória para desmatamento na Amazônia até que se concluam os processos de regularização fundiária e de zoneamento ecológico-econômico (ZEE) em todos os estados da região. Ao participar nesta quinta-feira(19) de audiência da Comissão de Meio Ambiente, o deputado ressaltou que a floresta estoca gases do efeito estufa, apresenta grandes possibilidades de exploração da biodiversidade e interfere no regime de chuvas do País, o que afeta diretamente a agricultura.
"Não creio que desmatar a Amazônia seja necessário para a produção de alimentos. Pelo contrário, o desmatamento afeta o equilíbrio do clima, o que pode prejudicar a produção em outras regiões do País", disse.
"Não creio que desmatar a Amazônia
seja necessário
para a produção de alimentos"
Durante a mesma audiência, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou que o seu estado reduziu a área desmatada de 11.814 km² para 2.476 km² entre 2003 e 2007, uma área equivalente à da cidade de São Paulo. Ele disse que esses dados foram obtidos por meio da metodologia Prodes - Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia, utilizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O governador contestou, no entanto, outra metodologia utilizada pelo Inpe, o sistema Deter - Detecção de Desmatamento em Tempo Real. Diferentemente do Prodes, o Deter registrou um forte aumento no desmatamento em Mato Grosso.
Já o governador de Rondônia, Ivo Cassol, reclamou da falta de apoio do governo federal para a preservação da floresta amazônica. Cassol disse que não recebeu nem mesmo um carrinho de mão do governo federal, mas sempre é apontado como culpado pelo desmatamento. Ele informou, no entanto, que o estado conseguiu reduzir 60% do desmatamento desde agosto de 2006.
O governador de Rondônia disse que quem critica o desmatamento esquece de ações governamentais feitas no passado, como a política de incentivo à ocupação da Amazônia. Segundo ele, a resolução dos problemas fundiários na região é o primeiro passo para a preservação da floresta. Ele criticou também a lentidão dos órgãos federais no processo de regularização. "Desde 2002, Rondônia não expede um documento de regularização", reclamou.
* Informações e Foto pela Agência Câmara - Blairo Maggi, Dep. André de Paula (DEM-PE) e Ivo Cassol
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