quinta-feira, 12 de junho de 2008

Emergentes devem trabalhar juntos por preservação


Como parte das comemorações da III Semana do Meio Ambiente, o presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC, da sigla em inglês), Rajendra Pachauri, foi recebido, nesta quarta-feira (11), pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, e por senadores ligados à causa ambiental. Na ocasião, o economista e cientista ambiental indiano, que desde 2002 comanda o órgão vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2007, afirmou que os países emergentes devem construir juntos políticas que visem à preservação dos recursos naturais do planeta.

- Brasil, Índia e outros países emergentes estão servindo de exemplo tanto para países em desenvolvimento quanto para países desenvolvidos no que se refere à preservação dos recursos naturais. É importante que esses emergentes trabalhem juntos nesse sentido. A coordenação entre eles pode melhorar ainda mais - avaliou.

No início de 2007, o IPCC - que reúne cerca de três mil cientistas e especialistas de várias áreas e é considerado uma das referências mundiais em termos de aquecimento global - divulgou as conclusões de um trabalho realizado desde 1990. No relatório, o painel concluiu que a ação humana é provavelmente a maior responsável pelo aquecimento global nos últimos 50 anos, e que os efeitos dessa influência se estendem a outros aspectos do clima, como elevação da temperatura dos oceanos, variações extremas de temperatura e até padrões dos ventos.

Para o IPCC, os países poderiam diminuir os efeitos maléficos do aquecimento global estabilizando as emissões de carbono em um patamar razoável até 2030 - isso custaria 3% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial.


A senadora Marina Silva (PT-AC), que deixou o comando do Ministério do Meio Ambiente em maio, salientou que a visita de Pachauri ocorre num momento delicado, logo após a divulgação, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de dados sobre o desmatamento de 1.123 quilômetros quadrados da Floresta Amazônica em abril passado.

- O Brasil vinha conseguindo resultados importantes. Reduzimos o desmatamento por três anos consecutivos. No entanto, de outubro de 2007 pra cá, houve um aumento de mais de 10% - comentou Marina Silva.

Apesar dos dados negativos, Pachauri elogiou a proposta de criação de um fundo - atrelado a políticas de combate ao desmatamento - para incentivar a redução das emissões de carbono na atmosfera. A iniciativa foi apresentada pelo governo brasileiro no Fórum de Florestas da ONU, em 2007.

- Trata-se de um excelente conceito. Temos que aperfeiçoar esse mecanismo para recompensar os países que estão se esforçando para evitar o desmatamento - disse o presidente do IPCC.


*Informações e foto pela Agência Senado

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