quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Produtores de soja tradicional reclamam de concorrência com grãos transgênicos


Produtores rurais que trabalham com soja convencional no Paraná reclamam da venda de sementes transgênicas misturadas com soja normal. Isso porque, para o produtor, a soja produzida com sementes tradicionais custa em média R$ 40 a saca, enquanto o preço da soja geneticamente modificada foi de R$ 28 na última safra (2006/2007).
A questão foi debatida hoje (11) em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
Para Adriano Rizemberg, chefe da Divisão de Fiscalização de Insumos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, o índice de contaminação de sementes normais por grãos transgênicos atualmente é alto. "Na safra passada [2006/2007], 300 toneladas de sementes foram consideradas contaminadas por sementes transgênicas, 9% de todos os lotes inspecionados pela Secretaria de Agricultura do estado", afirmou.
Diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Álvaro Viana(foto) explicou que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) concluiu que a soja transgênica não traz malefícios à saúde e pode ser cultivada tranqüilamente. Segundo ele, uma instrução normativa do Ministério da Agricultura estabelece a proporção máxima de grãos que um carregamento de soja pode conter sem que ela seja considerada soja mista.
De acordo com o diretor do Ministério da Agricultura, a raiz das divergências está no fato de que o governo do Paraná utiliza padrão diferente da instrução normativa do ministério. "Os padrões que utilizamos são os estabelecidos pelos cientistas da CTNBio. O Paraná criou um padrão específico para avaliar suas sementes diferente do padrão nacional", afirmou Viana.
A plantação e comercialização de soja transgênica no Brasil foi autorizada em 2003. Para a próxima safra, a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), estima que a produção de soja geneticamente modificada no estado seja de 21,6 milhões de toneladas.


* Por João Porto
* Foto: Dir. do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do MAPA, pela Agência Câmara

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