No entanto, quando se fala se alagar terras habitadas há séculos por povos indígenas, a memória e a identidade dessas culturas são vistas somente como um empecilho ao processo que se convencionou chamar “Desenvolvimento”.
Cobra-se punição da declaração de guerra feita pelos Kayapós, tendo como vítima o engenheiro da Eletrobrás. Mas é retratado como completamente normal o processo no qual os índios terão de pagar o preço mais alto pela eletricidade que será consumida pelas populações e indústrias do sul. Enquanto essas comunidades que sofrerão diretamente os impactos da captação dessa energia não possuem acesso sequer a esse mesmo conforto(necessidade?) e tantas outras infra-estruturas, como água e esgoto.
Será que atingir a terra, único bem material dessas comunidades (além dos facões e das bordunas), não seria uma ofensa digna de uma declaração de guerra? Ainda mais porque a ligação entre os índios e a terra é completamente diferente da ligação do homem branco com suas propriedades. Para confirmar, basta ver os processos de poluição, degradação e erosão causados pelas sociedades brancas.
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