terça-feira, 27 de maio de 2008

Aumenta desmatamento na Mata Atlântica em Santa Catarina e Goiás


Apesar de restar apenas 7,26% da cobertura original da Mata Atlântica, o ritmo de desmatamento do bioma diminuiu cerca de 69%, de acordo com estudo promovido pela organização não-governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, que comparou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) dos períodos de 1995 a 2000 e de 2000 a 2005.

A pesquisa divulgada hoje (27) indica que dos 13 estados avaliados, Santa Catarina e Goiás apresentaram crescimento nos índices de desmatamento em relação aos dois períodos. Mas, de acordo com o coordenador do estudo pelo Inpe, Flávio Ponzoni, até mesmo a diminuição do desmatamento pode ser um mau sinal, que se explicaria por uma falta do que desmatar. “Ou seja, já foi tão alterado que não tem mais nada que alterar. E o que sobrou está em áreas muito íngremes, de difícil acesso.”

Santa Catarina foi o estado que mais desmatou a Mata Atlântica, contabilizando 45.530 hectares destruídos, o que representa um aumento de 7% no nível de desmate. Já Goiás, que teve um crescimento de 20% no índice de desmatamento, destruiu cerca de 4 mil hectares.

Outro estado que, mesmo diminuindo a velocidade da destruição em 66%, apresentou um índice de desmatamento elevado foi Minas Gerais, com 41.349 hectares, seguido pela Bahia, com 36.040 hectares. Os dois ocupam, respectivamente, o segundo e terceiro lugares no ranking do desmatamento da Mata Atlântica.

Oura ameaça apontada pelo estudo é a fragmentação do bioma. Para Flávio Ponzoni, isso “pode provocar um colapso da biodiversidade”. Segundo ele, “quanto mais fragmentada a paisagem, mais dificuldade são oferecidas para a sobrevivência de uma série de espécies”.

A Mata Atlântica está preservada em 234.106 polígonos, dos quais 25 mil são menores do que 5 hectares. O bioma abrange 61% dos municípios brasileiros, onde vivem 120 milhões de pessoas, de acordo com o dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) citados na pesquisa.

* Publicada originalmente pela Agência Brasil

2 Opiniões

Aisla Araújo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aisla Araújo disse...

Realmente é lamentável. Pesquisando sobre o assunto vi que o IBAMA está fazendo um trabalho de fiscalização nas madereiras, multando e até mesmo as fechando. Contudo, não entendo que essa medida seja suficiente já que o mercado é ilegal e continuará na informalidade, muitas vezes fugindo dos olhos da Lei.
Uma ação mais enérgica, na minha opnião, seria de fato eficaz.

Estava lendo sobre o assunto e no site do INP (http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=1834) aponta um desmatamento de 733 hectares em Goiás e não de 4 mil hectares. Onde conseguiu essa informação?
Desde já obrigada!

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