O GDF, em contrapartida, apresenta uma série de compensações ambientais que tornariam o bairro sustentável e “verde” , como o Parque Burle Marx, que deverá ser construído próximo ao setor. Pelo projeto os prédios também deverão ser incrementados com outras funcionalidades ecologicamente corretas, como aproveitamento de água da chuva, utilização inteligente de energia solar, iluminação e ventilação naturais. Mas para o professor do departamento de Engenharia Florestal da UnB, Henrique Leite Chaves, existem pontos mais importantes para garantir a sustentabilidade do bairro. “Não adianta ter bairro verde bonitinho, com jardinzinho, a questão mais profunda é a questão do esgoto”, afirma Chaves. Para o professor precisa se estudar com profundidade se o Lago Paranoá está apto a receber mais uma carga significativa de nitrogênio e fósforo provenientes do esgoto tratado. O Lago Paranoá já recebe atualmente uma carga de esgoto tratado em nível terciário de 600 mil pessoas, fora à poluição advinda de alguns afluentes. Apesar disso a Companhia de Águas e Esgotos de Brasília (CAESB), afirma a boa qualidade das águas do lago em sua página na Internet. O Lago Paranoá já apresentou, no passado, problemas de eutrofização, que levaram o corpo d’ água a exalar mau cheiro.
O professor Chaves também faz considerações a respeito da água que abasteceria o novo bairro, em grande parte proveniente do Córrego Bananal, um dos principais afluentes do Paranoá. “O aqüífero que abastece o Bananal nas suas cabeceiras está sendo contaminado pelo lixão da estrutural”, avaliou Chaves. No entanto, a Agência Reguladora de Água e Saneamento, ADASA, garantiu a qualidade da água do córrego Bananal.
O Distrito Federal também tem problemas graves quanto a disponibilidade de água, essa semana foram divulgadas informações que o sistema de abastecimento chegou ao limite durante a seca do ano passado, com risco de racionamento.
* Originalmente publicado na Ecoagência
seja o primeiro a comentar!